Saturday, March 31, 2012

Death of Kings - Bernard Cornwell


Bernard Cornwell revela-se como um autor que aproveita os espaços em branco que há na História para aí colocar os seus romances, tramas plenas de imaginação de mãos dadas com situações documentadas. Apesar de na sua generalidade a escrita ser magnética, o anterior volume das Saxon Chronicles (The Burning Land) havia sido um longo bocejo de alguma banalidade. Perguntei-me na altura se a vontade do autor em escrever estas narrativas sobre a formação de Inglaterra pelos olhos de um seu longínquo antepassado não se estaria a tornar um enfado e, quando comprei o mais recente volume (Death of Kings) , temi que pudesse ser um desperdício de dinheiro.

 Tal não foi o caso e Bernard Cornwell redime-se totalmente nesta obra desse pecado que foi o volume anterior! Com Alfred cada vez mais doente começam as manobras de bastidores para a conquista de Wessex. Os reinos Vikings reúnem tripulações para a vitória final e os reinos Saxões manobram nos bastidores para assegurar que estão na linha da frente da sucessão, todos eles ameaçando o sonho do soberano em unir todas as terras dos Saxões. Peça central de ambas as tramas é Uthred, o senhor da guerra que tem actuado como o Escudo de Mercia, e que neste volume assume a vontade de ser a Espada dos Saxões. Preso por votos de lealdade à irmã de Edward, descendente predilecto de Alfred ao trono, todas as facções vão tentar removê-lo das contas da sucessão.

 Pela sucinta descrição da obra dá para perceber que as grandes batalhas, imagem de marca de Cornwell pelo realismo visceral com que as descreve, não serão presença assídua nesta obra. Esse é precisamente o ponto mais forte! A obra que temos em mãos acaba por ser uma agradável mistura de intrigas e jogos de bastidores, sempre com o conflito do pagão Uthred com os beatos cristãos, com a dose certa de confrontos e que culmina com a muito aguardada grande batalha, para que então os adeptos mais tradicionalistas não se sintam defraudados.

 A narração é, como nos outros volumes, feita a partir das impressões de Uthred o que significa que o leitor vai tendo o desfiar das intrigas à medida que elas são reveladas ao personagem, ou à medida que o personagem as vai resolvendo. Sim, porque neste volume a idade começa a atingir Uthred, com ele a recordar alguns episódios marcantes e a perder um pouco a imagem de bruto que resolve todos os problemas com a espada.

 Death of Kings não representa a morte definitiva do autor, da série e muito menos da vontade dos leitores em lerem a sua conclusão , pelo contrário representa o início da sucessão de Alfred e com ela uma nova possibilidade para Cornwell empregar a sua pena a preencher os intervalos da História com batalhas apaixonantes e intrigas saídas de uma das mentes mais marcantes do panorama livresco actual.

Tuesday, March 20, 2012

Onde fica a Saída de Emergência?

Sendo comprador quase compulsivo de livros, o facto de residir no estrangeiro limita-me no que à aquisição de literatura em português diz respeito. No entanto, nas vésperas de me deslocar a Portugal para o período natalício, decidi fazer uma encomenda através do sítio da editora Saída de Emergência, uma vez que apresentavam um desconto de 40%, para lá da sua habitual promoção 3=2. 

Estávamos a 15 de Dezembro e contava com um pouco de sorte ter os livros pelo Natal, com algum azar, devido à época, contava trazê-los comigo quando, em meados de Janeiro, saísse de Portugal.

Por alturas da comemoração do primeiro mês da encomenda (13 de Janeiro), já fora do país, mas com viagem de regresso marcada para breve, o seguinte email foi enviado para webmaster@saidadeemergencia.com :
Tendo feito esta encomenda há aproximadamente um mês e nao tendo até ao momento recebido qualquer informaçao, ou volume, gostaria de saber o estado da encomenda e, caso tenha já sido expedida, quando o foi.
Agradecido.
(Erros de acentuação patrocinados por um teclado estrangeiro e um sistema que não reconhece o código ASCII para o referido caracter.)

Não me ocorre hoje porque escrevi para este email, mas uns dias mais tarde (18 de Janeiro) um comentário de um amigo deu-me a ideia de comentar a situação no mural do facebook da editora. Deixei um comentário e menos de 24 horas depois recebo a recomendação, por parte da editora, de entrar em contacto com eles através do email geral@saidadeemergencia.com . Acto contínuo, reencaminhei o anterior email e aguardei. Afinal, tirando o eclipse do webmaster a comunicação não parecia estar assim tão afectada.

A verdade é que algum salteador cibernético deve ter ficado com o email pois no dia 4 de Fevereiro, quando cheguei a Portugal, nem resposta nem livros. Por esta altura já começava a estar um bocado sensível à questão e o email que abaixo se transcreve dá para perceber isso mesmo.

Venho uma vez mais, após as comunicações que seguem abaixo, e tendo já passado quase dois meses desde que efectuei a encomenda, perguntar se vale a pena estar à espera que chegue a encomenda.

Atenciosamente,
(o meu nome)
Saí de Portugal dia 7 de Fevereiro da forma como entrei: sem resposta, sem livros e a desenvolver rapidamente anticorpos a esta editora. Como que adivinhando o meu estado (eu gosto de pensar que foi por isso), decidiram-se finalmente a dar resposta aos meus emails (até ao momento quatro) no dia 8 de Fevereiro.
Caro (o meu nome),
Foi-nos informado pela nossa colega Safaa, que existe uma encomenda sua que ainda não chegou a si,
Não sei porque razão, mas nenhum dos seus e-mails chegou à minha caixa de correio, no entanto estou ao seu dispor para resolvermos todos os problemas e compensá-lo pelo incómodo causado.
Entendo que a sua encomenda é nº ****** e que continua interessado na mesma certo?
A sua encomenda é composta por:
(tabela com a encomenda)
Gostaríamos de compensá-lo e enviar-lhe uma oferta de um livro à sua escolha
Atentamente
Marta Lima
"Eh pá! Finalmente uma resposta e ainda por cima querem-me compensar!" Pensei eu. Uma vez que não parecia haver limites ao livro à minha escolha achei por bem acautelar-me e respondi, no dia 9 de Fevereiro, da forma que segue abaixo:
Confesso que é agradável ter notícias. Sim, o interesse mantém-se. O livro à escolha seria um qualquer?

Cumprimentos,
(o meu nome)
Neste ponto, quem conseguiu acompanhar a saga até aqui já se deve estar a rir do facto de eu responder em tom de pergunta. Na altura a felicidade era tanta que eu devo ter esquecido por instantes o facto de que tudo o que envolve respostas pela parte da editora ser lento e demorado.

Saltemos para o contacto seguinte. 27 de Fevereiro (tempo desde o último contacto: 18 dias; tempo desde a encomenda: dois meses e 12 dias). Remetente: eu mesmo, destinatário: marta@saidadeemergencia.com .
Boa tarde,

Gostaria de saber novidades sobre a troca de emails que segue abaixo, um vez que passaram já sensivelmente duas semanas e meia e nao recebi nenhuma resposta ao meu contacto.
Sem mais de momento,
(o meu nome)
A resposta chegou no próprio dia e lia:
Caro (o meu nome)
Indique-nos então o livro que gostaria de receber, será o que desejar.
Atentamente
Marta Lima
Esclarecido, respondi no dia seguinte de forma curta:
Poderá entao ser o (título do livro) de (nome do autor). 
Este foi o último contacto que tive com a editora. Na semana passada fiz uma encomenda de livros através de um serviço de vendas sediado no Reino Unido. A ocasião lembrou-me que tinha algo pendurado e até calhava bem porque 15 de Março representa exactamente três meses desde que a encomenda foi feita. Na minha área de utilizador a encomenda está como enviada. Os mais atentos notam como o verbo enviar e receber se referem a dois actos distintos. Por esta altura eu próprio começo a notar essas diferenças...

 A título de curiosidade, a encomenda do serviço baseado no Reino Unido (sete livros) foi expedida na sexta-feira (24 horas após a encomenda) e chegou hoje, terça-feira (5 dias, com um fim-de-semana de permeio) a minha casa.

Wednesday, March 14, 2012

Fénix Fanzine - Pedido

Enquanto a modorra se instalou por estas bandas, surgiu um pedido de malta amiga. Segue abaixo o texto como chegou à gerência:

A Fénix procura colaborações sobre a temática feminina no fantástico.
Desde os estereótipos femininos na chamada fantasia épica, à quase ausência de escritoras femininas a laborarem no género da ficção científica, passando pelas "polémicas" como a fraca representação feminina nos prémios e nos painéis de convenções do género, estamos interessado em todos os pontos de vista para um número especial da Fénix quase inteiramente dedicado a esta temática.
Além das submissões queremos apreciar ainda artigos de escritores de reconhecido renome nacional e internacional que serão, em devido tempo, comissionados.
O prazo final para submeter ensaios, críticas, artigos ou contos termina em 1 de julho do corrente ano. Os textos devem vir de preferência num formato universal (doc, rtf, txt) sem nenhuma particularidade de formatação especial indicativa. Os manuscritos devem ter entre as 2000 e as 10000 palavras.
O email para submissões é ez.fenix@gmail.com
O link do blog é este: http://fenix-fanzine.blogspot.com/
Desde já agradecido pela vossa atenção,
Abraços

 Entretanto estou a magicar participar com uma opinião sobre a presença feminina n' A Roda do Tempo.