Wednesday, October 26, 2011

5OHKUBO - Almadacore

 Os 5OhKubo, banda fundadora do Almadacore, música veloz e positiva, venceram o 7 º Concurso de Música Moderna da Câmara Municipal de Almada. Ficam abaixo o clip homónimo e o clip disponibilizado pela CMA, porque o link para o MySpace está ali ao lado desde que a página abriu.


Friday, October 14, 2011

The Legend of Sigurd and Gudrún - J.R.R. Tolkien (editado por Christopher Tolkien)



Ao olharmos a vida e obra de John Ronald Reuel Tolkien, notável filólogo inglês, rapidamente percebemos que para ele a sua ciência implicava algo mais do que estudo, implicava produção, implicava adaptação. Essa sua vontade de produzir, de reinventar, tem permitido que muitos anos após a sua morte ainda nos sejam disponibilizados pelos seus herdeiros, escritos completos ou inacabados, com notas e correspondência do autor, que nos ajudam a decifrar melhor o homem, o autor e o estudioso.

Tolkien nunca negou o fascínio que os mitos e lendas nórdicas exerciam sobre ele, considerando o sucesso da sua obra O Senhor dos Anéis algo surpreendente, por se tratar de uma adaptação do mito do anel dos Nibelungos. Todo esse fascínio revela-se noutros pontos da sua obra, quer literária, quer académica.

Como estudioso que não sou, arrisco dizer que The Legend of Sigurd and Gudrún será uma obra que lhe dá alguma paz de espírito e que simultaneamente constitui um elogio a todos os skaldene que alguma vez abriram a boca. No entanto, como exercício fundamentalmente académico, não será um livro facilmente apreciado por quem não se interessa pelo tema de mitos e lendas nórdicas.

A apreciação da obra sobre ainda outro revés para quem desconhece a poesia nórdica. Pessoalmente estou longe de ser um conhecedor. Conheço alguns versos da Edda, em norueguês moderno, e trechos de sagas em dinamarquês. Não é um conhecimento profundo, mas o suficiente para perceber como embalam as palavras a fala do leitor, perceber qual a melodia que transpira, perceber como soa aquela poesia em redor de uma mesa, com o início de um estupor alcoólico, em noites de neve e gelo. Nesse aspecto a obra de Tolkien está muito bem conseguida. Não constitui uma tradução, antes uma adaptação a inglês. Não soa a um exercício forçado antes uma nova forma de ver, soa a algo que já conhecemos, mas que nos chega sob uma nova luz. Há ali uma sonoridade, um transmitir de sentimentos por parte das personagens que nos transportam para a cena descrita, como em tempos vozes vibrantes transportaram gentes geladas.

Enquanto leigo arrisco dizer que o livro será indispensável para académicos, um bom ponto de partida para curiosos, mas uma obra de sofrimento para quem não tem o mínimo interesse por mitos e lendas nórdicas. Incorre mesmo no risco de transmitir uma ideia errada do que é Tolkien.

Sunday, October 9, 2011

A Criada Zerlina - Hermann Broch



Uma das principais atracções do Festival de Teatro de Almada em 2009, A Criada Zerlina chegou-me através da Biblioteca de Verão do DN/JN em 2010. Esta obra, que sofre da mesma falta de cuidado na revisão das restantes da colecção, corresponde a uma boa leitura de Verão. É séria, sem ser maçuda; profunda, sem ser pesada e lê-se de uma penada, possibilitando leituras e releituras.

Quem é então a criada Zerlina? Zerlina é uma criada de família, que começou a trabalhar para a avó da sua actual empregadora. Como alguém que toda a vida trabalhou numa casa, conhece as histórias que se mostram e os seus bastidores e são esses bastidores que, numa tarde de Domingo, Zerlina partilha com A., hóspede na "sua" casa.

Essa narrativa leva-nos a conhecer melhor as próprias origens de Zerlina, através de um interessante exercício sobre a juventude pelos olhos de um veterano. Um belo exercício essencialmente sobre a memória, sobre lições de vida e amores de infância e de como nos moldam a idade adulta.

A escrita é claramente para teatro, havendo bastante voz activa e um foco que incide sobre as personagens em cena.

A criada Zerlina, não sendo um livro de fazer cair os queixos, consegue esboçar vários sorrisos e, ao virar a última folha, uma sensação de "deixa ler outra vez". Um livro, no fundo, para ser lido e relido.

Friday, October 7, 2011

Tomas Tranströmer - Prémio Nobel da Literatura 2011

Desconhecia por completo esta autor sueco, que até cantou o bairro de Alfama no seu poema Lissabon.
Aparentemente é impossível encontrar a obra do mesmo em português. Como desconheço boas lojas online suecas, quem me arranja uns livrinhos em sueco?

De resto, falta-me conhecer quem na imprensa portuguesa consiga fazer um apanhado de antigos laureados ao nível do que li no The Guardian. (Aqui segue o link: Nobel prize for literature: Tomas Tranströmer joins a strange gang )

Para finalizar, um poema lido pelo próprio, divulgado pelo Bibliotecário de Babel.