Este ano vou tentar ir falando dos concertos à medida que acontecem. Também a frequência deve ficar aquém do ano anterior (dica: alguns dos melhores ficaram por comentar).
A época este ano abriu com um nome grande. Pearl Jam no recém inaugurado Ziggo Dome. O alinhamento teve tudo de bom. Da minha lista de músicas preferidas só ficou de fora o Jeremias, mas como a lista é longa percebe-se.
Como é que um apreciador de música, sem conhecimentos técnicos avalia um concerto? Quer dizer, à partida quem compra um bilhete já tem uma ideia daquilo ao que vai, portanto o espaço para o desapontamento está reduzido logo à partida (apesar de já me ter acontecido). Um método que desenvolvi é medir o tempo até que olho para o relógio. Ontem passava uma hora e pouco desde o início do concerto e a banda tinha-se retirado para um descanso. Mais meia hora, mais descanso e aí estou eu a olhar para o relógio outra vez. O olhar final, que só ocorreu após o final de Yellow Ledbetter, já era mais para perceber qual o comboio que ia apanhar.
O que achei do concerto? O Ed (foi ele que pediu para ser tratado assim) disse que o concerto de ontem foi o 12º da banda na Holanda. Pois bem, pegando no número o que posso dizer é que ontem durante quase duas horas e meia voltei a ter doze anos e ia para casa do meu melhor amigo ouvir as cassetes do vs e do Vitalogy sem parar, tempos despreocupados, senti-me ganhar anos. Quem nos consegue voltar a sentir jovens merece o nosso agradecimento. De cada vez que andamos para trás estamos no fundo a ganhar todos esses anos lá mais para a frente. Quem nos faz esse favor retarda-nos a senilidade. Todos os momentos em que tal sucede saboreiam-se de uma forma especial. Ontem foi uma dessas noites.