O proverbial burro alimentado a pão de ló. Chegado ao final deste livro, tendo parado um pouco para resumir e repensar o que li, é assim que me sinto. De tão habituado que estou a quantidades copiosas de palha, quando me dão um cheirinho de algo sobejamente mais docinho, sinto que nada me chega.
Penso que a origem desse sentimento é uma questão de expectativas. Anunciado como algo de extraordiário, criou expectativas que no imediato não satisfaz. Quero mais. Não necessariamente melhor, mas mais. A questão que se coloca é, onde está então a grandiosidade?
A minha primeira resposta, com um distanciamento mais frio, é na pequenez. Pode um livro ser grande e pequeno? Pode. Em tempos de adjectivação com força e forçada, de minuciosas descrições exaustivas, Wolfhound Century consegue ser bastante sóbrio na utilização dessas ferramentas. Esse é o principal aspecto da grandiosidade, a clareza e a concisão, tão em falta nestes dias.
No que diz respeito à escrita não há muito a apontar. Curta, seca, tremendamente eficaz a criar uma atmosfera cinzenta, capítulos curtos mas, feitas as contas, com o essencial. Competente será um termo que encaixa muito bem.
Quanto ao estilo, é mais um daqueles livros que passeiam por estilos sem se amarrarem a nada. A conversa de anjos e obscuros objectos centenários remete para uma dimensão de fantástico a que o detective Lom e a sua busca pelo subversivo Joseph Kantor dão um toque policial. Só que as coisas não ficam por aí. Quando se descobre uma conspiração maior, somos arrastados por sequências dignas de bons contos de suspense e nem uns laivos de romance ecologista são deixados de fora de um livro que com o seu imaginário propositadamente soviético podia não destoaria em prateleiras ao lado de um Tom Clancy. Mais um livro que remete a discussão sobre géneros literários aos bons livros e aos maus.
Tudo é servido com a consciência que este livro é apenas o primeiro de uma trilogia e portanto uma introdução. É aqui que está a frustração. De tão habituado a um festim de letras e papel, Wolfhound Century é poupadinho quanto baste, para mesmo assim pedir uma pausa e reflexão antes de se embarcar no segundo volume.
Penso que a origem desse sentimento é uma questão de expectativas. Anunciado como algo de extraordiário, criou expectativas que no imediato não satisfaz. Quero mais. Não necessariamente melhor, mas mais. A questão que se coloca é, onde está então a grandiosidade?
A minha primeira resposta, com um distanciamento mais frio, é na pequenez. Pode um livro ser grande e pequeno? Pode. Em tempos de adjectivação com força e forçada, de minuciosas descrições exaustivas, Wolfhound Century consegue ser bastante sóbrio na utilização dessas ferramentas. Esse é o principal aspecto da grandiosidade, a clareza e a concisão, tão em falta nestes dias.
No que diz respeito à escrita não há muito a apontar. Curta, seca, tremendamente eficaz a criar uma atmosfera cinzenta, capítulos curtos mas, feitas as contas, com o essencial. Competente será um termo que encaixa muito bem.
Quanto ao estilo, é mais um daqueles livros que passeiam por estilos sem se amarrarem a nada. A conversa de anjos e obscuros objectos centenários remete para uma dimensão de fantástico a que o detective Lom e a sua busca pelo subversivo Joseph Kantor dão um toque policial. Só que as coisas não ficam por aí. Quando se descobre uma conspiração maior, somos arrastados por sequências dignas de bons contos de suspense e nem uns laivos de romance ecologista são deixados de fora de um livro que com o seu imaginário propositadamente soviético podia não destoaria em prateleiras ao lado de um Tom Clancy. Mais um livro que remete a discussão sobre géneros literários aos bons livros e aos maus.
Tudo é servido com a consciência que este livro é apenas o primeiro de uma trilogia e portanto uma introdução. É aqui que está a frustração. De tão habituado a um festim de letras e papel, Wolfhound Century é poupadinho quanto baste, para mesmo assim pedir uma pausa e reflexão antes de se embarcar no segundo volume.