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A propósito de ter lido recentemente
The Strange Case of Dr. Jeckyll and Mr. Hyde, em conjunto com
The Merry Men and other Tales and Fables, editados num só volume pela Wordsworth Classics, decidi desta feita comentar um autor, neste caso Robert Louis Stevenson.
Autor escocês, viveu na segunda metade do século XIX e ganhou notoriedade pela sua
Treasure Island.
Também foi autor de vários contos, entre eles o muito conhecido
The Strange Case of Dr. Jeckyll and Mr. Hyde, no qual faz uma incursão por domínios da ficção científica.
A pluralidade de géneros é uma característica dos seus contos. No volume
The Merry Men and other Tales and Fables podemos encontrar experiências no domínio do fantástico (casos do demoníaco
Thrawn Janet, ou do licantrópico
Olalla), ou novamente o tema da dualidade do Homem (casos de
Will O'the Mill ou
The Treasure of Franchard).
Aliás, uma das características nas obras de Stephenson é a abundância de personagens com um carácter duplo. Assim como em
Treasure Island, Long-John Silver não se assume inicialmente como um pirata, em
The Strange Case of Dr. Jeckyll and Mr. Hyde esse tema está exposto desde o início. Em Olalla pode-se estabelecer um paralelismo entre aquela família abandonada e a dicotomia bem vs mal, patente no afável médico londrino. Em
Will O'the Mill ou
The Treasure of Franchard, essa dicotomia não se manifesta no confronto entre o bem e o mal, mas sim ao nível do dever e prazer, com as personagens a debaterem-se com questões em que se confrontam o seu bem estar com o seu sentido de dever.
O exercício de analisar a mente de um assassino de ocasião, realizado em
Markheim, acaba por se revelar um compêndio dessas características de Stephenson, onde um personagem exibe simultaneamente um confronto entre o bem e o mal e acaba, de uma forma que roça os dominíos do fantástico, com um diálogo entre o seu sentimento de dever e o de bem-estar.